sábado, 21 de abril de 2012

MEU PASSADO (RE)VISTO


andando pela W-3
perguntei-me sobre BIBABÔ
não sei se o bandido
ou a loja assaltada.

a avenida em decadência
esquece da pulsação
das passeatas
estudantis (anos 60)
agora só memória (40 anos).
Histórias.

os cabelos quase brancos
doenças chegando
fortes dores de cabeça
de leituras infinitas
do mundo.
Memórias.

diversas viagens
diferentes paisagens
não me deixaram esquecer
do Shopp Chopp,
Trezentas doses.
Saudades.

No Chapéu de Couro
Véio Nilton cuspindo sangue
e fogo
profecias de antanho.
Histórias.

um filme passa
de uma vida convulsionada
agora, certinha:
filhos controlando pais.

outubro dos diabos
o retrato de Diego Rivera
falando
falando
falando
de livros
- totens e tabus -
de uma esquerda cansada de guerra

somente acredito no que vivi
assim
escrevo aquilo que li e viajei:
sonho de vida,
arte da memória.

meu tupy or not tupy
permanece como questão:
ser poeta em Brasília
ou historiador do sertão?

3 comentários:

  1. Se aliviasse,
    diria, com todas,
    com todas as letras
    ("miligrama de morte")
    (na velô do cometa):
    plantaram Brasília
    foi sertão, não!!
    Foi não!
    No Planalto Central do Brasil a fizeram.
    Não sabiam: sertão foi, total, morar lá.

    sertão ainda mais se fazia dono de tudo
    que se achava que do nada se fazia, heim?
    Menos ainda
    sabiam:Cada risco,
    cada luz do desenho
    saído, hã, sapo cantava
    surgia: mais sertão, demais,
    saía,saía a mínima luzinha
    da imensa noite, a luz
    a luz vinha e vinha.


    Obrigado por compartilhar:
    história, memória, saudade!

    Abraço.
    Gilson.

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  2. Valeu, Gilson. Brasília é sertão, como o Brasil. Abraço

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  3. Parabéns pelos poemas!
    Gostei muito!
    Abraço!
    Ellen.

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