sábado, 25 de fevereiro de 2012

NÃO HA SAÍDAS?


Entre escombros,
procurei nossa história
no ap do Liberato.
Encontrei,
apenas,
a rede balançando
sozinha.

Itamar cantando Leminsky,
poeta de palavras transeuntes,
enquanto filmes passavam na mente.

Entre as pedras de Imbassaí,
nosso amor
escorria
como champanhe de réveillon,
entornada nas dunas.

O voo do corujão não trouxe meu amigo
niilista
que se tornara mendigo
na Lira Paulistana.

À espera do novo tom,
um músico rasgava a voz
- onde tremulava a cabeça de um cangaceiro –
contra a caretice vigente.

Em meio à crise,
não contei com muitos amigos.
Nas saídas de emergências
- todas falsas –
busquei a saída da cidade.

Cioran me tentava
Sorrindo
Sorrindo
Sorrindo
Não há saídas?

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