As permanências da memória de Lampião no cenário cultural brasileiro contemporâneo são o
ponto de partida para a revisão da história do cangaço nos 80 anos da morte do Rei do
Cangaço. Eis o impulso gerador das tramas tecidas nesse dossiê da Revista Ponta de Lança:
História, Memória & Cultura, que, agora, vem a público. A rede formada no itinerário da
edição conta com contribuição de pesquisadores/as de diferentes instituições de ensino e
pesquisa do contexto universitário nacional e internacional.
Esse passado que não quer passar do cangaço, principalmente na região nordestina, convive
com uma obsessão contemporânea da cultura da memória repleta de jogos de lembrança,
esquecimento e silêncio. Só se comemora o que é significativo, sendo que várias indagações
emergem quando as comemorações instauram a experiência de temporalidade fronteiriça em
suspensão entre o pretérito e o porvir, oportuna às releituras de acordos e conflitos reveladores
do presente, que rememora, coletivamente, marcas do que considera sua identidade.
Revisitar o cangaço em tempo de holofotes virados para o seu mais afamado símbolo,
discutindo a trajetória do fenômeno e/ou ressignificações da vivência no campo mnemônico é
uma maneira de aprofundar debates sobre as muitas histórias possíveis de serem contadas. É o
que sugerem os escritos do dossiê que pode ser acessado no endereço eletrônico: https://seer.ufs.br/index.php/pontadelanca/issue/view/638
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